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PATINHO FEIO É A MÃE


praia Coroa do Meio - Aracaju


Eu me lembro de uma campanha que foi feita há alguns anos para divulgar o turismo da nossa cidade, em que em dado momento se via a seguinte frase: “Aracaju a cidade das águas peroladas” (mais ou menos isso).

A ideia na época penso eu, devia ser inserir o nosso estado no mesmo contexto em que se encontra Maceió, com sua Pajuçara e seu azul piscina.

Então... Aracaju a cidade das águas peroladas... (deu pra entender?).

Preparando a minha viagem de final de ano, como de costume, visitei alguns blogs especializados no assunto. Encontrei o site do Ricardo Freire http://www.freires.com.br/ um “viajandão” profissional. Olha o que ele diz a respeito de Aracaju:

“Quando você considera apenas a praia, Aracaju é o patinho feio das capitais litorâneas do Nordeste. Sua costa sem recortes e seu mar de águas eternamente turvas não tornam fácil a vida dos fotógrafos de cartão postal.”

Eu acho que era sobre isso que a campanha falava. Nossas águas são eternamente turvas e eles queriam fazer disso uma atração turística.

Quanto às águas turvas eu até posso concordar, pois, nossa areia está em suspensão, o que deixa a coloração da água não turva – Freire – perolada. Agora, patinho feio do nordeste é a mãe. Que mãe? Qualquer uma, menos a sua e a minha. Desculpe, baixou o Rafael Galvão em mim, mas tem coisa que não dá pra engolir.

Antes que você fique “p” da vida com ele, devo acrescentar que ele continua seu texto traçando alguns elogios ao nosso estado e nossa cidade. Pô, mas tem que ser assim, primeiro morde para depois assoprar.

Veja como ele tenta consertar as coisas:

“Mesmo sem uma orla exuberante, no entanto, Aracaju tem seus encantos: trata-se de uma cidade bonita, arrumada e muito agradável -- arborizada, com trânsito fluido e sem miséria aparente. A qualidade de vida é a mais alta entre as capitais de seu porte no Nordeste; Aracaju chega a ser chamada de "a Suíça nordestina".

Não é que ele quase conseguiu. Mas o patinho feio ainda está entalado na minha garganta.

Tenta de novo Freire.

“A cozinha local, capitaneada pela carne-de-sol, pelo pirão de leite e pelo caranguejo, é deliciosa. E a cidade está muito bem localizada para passeios interessantes, como ao cânion do Xingó, no rio São Francisco, às cidades históricas de São Cristóvão e Laranjeiras e à praia de Mangue Seco (que, apesar de estar na Bahia, tem acesso mais fácil por Sergipe).”

Aqui, me perdoem, ele escorregou de novo.
Freire, para nós, Mangue Seco, Tieta e até as cabras da Teita, pertensem a Sergipe. Se não é de fato, é de direito.

Depois de dar mais algumas dicas sobre Aracaju, Freire chuta o balde:

“Afinal, vale a pena ir para Aracaju? Se você sonha com dias dias gloriosos numa praia de pôster de paraíso, não. Mas se você busca um lugar tranqüilo e vagamente exótico, de onde você pode fazer vários passeios bacanas a lugares que pouca gente conhece, então você vai gostar.”

Vale a pena vir para Aracaju?
Vale. Vale e vale muito.
Aqui você vai encontrar um povo maravilhoso, hospitaleiro, bem humorado e metido a besta, que é a melhor coisa do mundo. Aqui, todo mundo anda de carro novo. Sergipano quando quer fazer compras não vai para rua 25 de Março, vai para a Rodeo Drive. O sergipano se orgulha de ser o que é, e como é. Nossa água eternamente turva ou perolada, como queiram, tem uma temperatura morna deliciosa que quando a gente entra, não quer mais sair. Nossa mar tem marolas, que acariciam o nosso corpo, ao invés de ondas cavalares que nos impõe caldos vexaminosos. Aracaju não precisa de olhos azuis. Aracaju tem charme. Tem “it”.

Vale a pena vir para Aracaju?
Vale. Vale e vale muito.

Eu sei que você querido (a) leitor (a) vai dar uma espiadinha no site do Freire e ler a respectiva matéria. Devo dizer que entendi sim as colocações dele, apenas, não concordo com algumas delas.
Ah, e antes que eu me esqueça: patinho feio do nordeste é a mãe.

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